
Essa sensação angustiante de não ser tão bom no que faço, me deixa minimamente constrangido pelas pessoas que me rodeiam. Principalmente, quando estas fazem questão de iluminar a minha incompetência. Mesmo porque, sempre que me pego observando, vejo personagens de uma fábula infantil, e isso é inevitável, com todas as suas caricaturas e toda a sua previsibilidade. Nunca perderam essa claustrofóbica reafirmação em cima daquele que não é tão bom. Pois pense comigo. Se eu na minha intelectualidade limitada, passasse a me comparar a alguns quadrúpedes, seria dentre estes, o ser mais pensante do mundo. Afinal, chego a pensar que a grande maioria dos meus defeitos existiu apenas na cabeça de um, que não conseguindo segurar aquela claustrofóbica comparação de que a pouco falei, fez questão de deixá-lo claro para ambos e assim, reafirmar novamente a insegurança de ser. E se esse incomodo não se fez tão apagado durante algumas linhas, é porque algo, mesmo que no fundo, está amedrontando-o. Pois deixo claro a não intenção de ser diferente, ou ser tratado como tal. Estou apenas reivindicando o direito que tenho de ser acreditado, mesmo que por uma única vez. E peço desculpas por fazer acreditar que gostaria muito de estar no seu lugar, quando na verdade o que eu gostaria mesmo, é de superá-lo pelas bordas dos degraus.
2 comentários:
ótimo! Se parece comigo um pouco,
arriscando e jogando tudo fora pra que o meu corpo possa se manifestar.
Saudades Querido.
Intelectualidade limitada? quadrupede? Não me faça rir!
Você é uma das pessoas mais talentosas que eu conheci. Estarei sempre na torcida por você e espero que isso seja um conto, e não um desabafo. Pois se existe esse que duvidou da sua superioridade foi por inveja, a não ser que eu não o conheça e não faça parte do meu ciclo de conhecidos. Mas repito, espero que seja apenas um conto. Beijos!
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