quinta-feira, 23 de julho de 2009


Caminhando sozinho, está um dia meio frio, pequenas gotículas de chuva estão quase que paradas em meio ao ar pesado e espesso, que aperta minha cabeça que dói. Estava meio pensativo, meio calculista, meio homem, meio seco. Laranjas ácidas para molhar meu céu da boca. Quando me lembrei de seus olhos claros, brilhantes e carregados de pequenas duvidas, carregados de pequenas interrogações cinza-céu-inverno. De repente chuva, apenas em meus olhos, de repente vida apenas em meu falo, de repente entendo a minha vida transeunte, sem espelho, sem medo, apenas transeunte. Me deixa não racionalizar minhas angústias, minhas preferências, minhas histórias fantásticas e meus olhos de admiração. Não apague essa minha cegueira voluntária, só quero ter olhos para você, e pra mim isso já é o bastante, só quero ter olhos, um bom vinho e um pedaço de proteína. Deixa meu sangue ferver em explosões, deixa meu sangue continuar fervendo por você. Não racionalize minhas loucuras, para não me ver de costas entre uma luz e outra, entre uma mordida e outra, entre outros. Não tenho força o suficiente para provar diariamente a minha parcialidade inexistente. Deixa como está, frio, silêncio, apenas você e eu em meio a esse mar instável de vidas camufladas.