sábado, 11 de setembro de 2010

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

domingo, 5 de setembro de 2010

À merda todo essa farsa de querer bem...

Peter Witkin


Entre uma foto colorida e um sorriso preto e branco, sempre encontrei uma que me deixasse um pouco mais pensativo do que habitualmente mostro. Deixo de ser exato para ser apenas humano quando me dou conta da quantidade de olhares que esperam algo de você, um sorriso, um presente, um preenchimento qualquer. Sempre esperam algo de você, como se fosse obrigação sua se esquecer. Quem foi que disse um dia que nossos olhos devem sempre se voltar primeiramente ao outro? Quem foi que disse um dia que os nossos dias devem ser do outro? Sim, provavelmente quem disse foi um outro. E essa culpa de não ter tempo de servir a todos, tem me deixado tão perdido de mim mesmo, que não tenho sido um exemplo de prestatividade, muito menos de sobriedade, mas minha vontade me deixa cada vez mais desesperado, no que se trata da fermentação angustiante de um vômito parado na garganta. Já não espero de ninguém a compreensão pelos meus atos falhos. Já que estes se tornaram constantes em minha essência. Então não vejo motivos para não me assumir homem, falho, desorganizado, pois nunca tive a pretensão de ser um deus, mesmo porque os deuses sempre me deram um certo embrulho no estômago, com suas palavras de auto-ascensão, justificativas e sobriedades abusivas de como se portar em meio a esse esgoto de afetividades desbotadas, de excentricidades calculadas. Por isso venho aqui, mais uma vez, para me assumir pequeno, gasto e calculadamente excêntrico. Para talvez um dia, quem sabe, eu poder me encaixar nessa lata enferrujada de sardinhas putrefactas, que enxergam suas existências de maneira por demais relevante. Então não espere nada de mim, nem um sorriso se quer, já que o meu tempo está completamente voltado para não ter tempo. Só quero poder envelhecer em paz, vendo as rugas tomarem conta dos meus sorrisos, dos meus soluços, dos meus bocejos... E isso não é pedir muito, eu acho. Só não venha inserir em meu inferno, os seus demônios. E não esqueça que nunca devi nada a ninguém, alem é claro, à empresa de telefonia. E isso já é o bastante...