quarta-feira, 23 de junho de 2010

Mark Holthusen

O ator jamais deveria morrer, o palhaço jamais deveria chorar. Triste é quando somos obrigados a tirar a maquiagem para sair de cena. Triste é quando o espetáculo acaba e nos damos conta de que não passou de sonho, sorrir em meio a uma grande angústia, chorar em meio a uma grande festa. O ator representa apenas quando alguém quer que ele o faça, nunca de maneira gratuita, nunca para o nada ou ninguém. Nunca... Dia desses me dei conta que o próximo milésimo de segundo de nossas vidas decide o que serão os próximos segundos, as próximas horas, dias, meses, anos ou séculos. Tudo existe em apenas um milésimo de segundo. Podemos continuar sorrindo, ou com gripe, tristes, felizes ou apenas esperando pelo próximo...
Essa fragilidade que a vida tem me amedronta, me deixa de pernas bambas, cambaleando meio sem jeito, mas cambaleando de maneira resistente pela incerteza de uma vida, de uma história ainda sem fim. Quando as cortinas se fecham e o vazio eco da respiração que segundos atrás não te pertencia, volta a ser propriedade una, é que eu me pergunto quanto tempo mais teremos, para dizer o quanto amamos e o quanto aquela pessoa é boa no que faz, dar a vida um pouco mais de sentido talvez. Enfim, só estou desabafando. Se eu não posso viver meus sonhos, o que será de mim quando eu realmente estiver dormindo?