
Ludíbrio desfrutável
"Devasso pecado íntimo que a mim
Condena meus devaneios surrealistas.
Sou a afronta inquietante do moralismo,
A feição humana aprisionada, obscuramente sádica.
Insanidade astuta, anseio instintivo.
Serei a amante fatídica, a libertina
A qual levará a ti a condenação, a clemência.
E desvirtuada trarei seu deleite.
Lolismo, Voyerismo, Sodomia.
Parafilia em falicismo.
Farei a minha iniqüidade flamejar em ti, equilibrado humano.
Em entediados momentos particulares
Procurará em rebento faminto a ninfa oculta,
O anjo místico amaldiçoado pela inclinação imprópria,
A sublime cópula coibida.
Realidade fidedigna, dissimulada repressão.
E sua veleidade, deslumbramentos em volúpia são acorrentados
Criando em ti a patologia da lascívia torpe, fazendo-o fraquejar
Diante de meus indignos apetites impudicos.
Bondage, Corefilia, Frotteurismo.
Sadismo e Masoquismo.
Sofrimento ao êxtase, imponho a ti, sensato humano.
Amordaçado, fricções extasiastes
Serão cometidas por minhas oscilações corpóreas
Em uma dança exótica entre meus flancos e ventre, e
Levá-lo-ei ao esplendor de todo júbilo.
Serei, assim, sua apologia ao crime,
A mascarada corrupta, a cruel intrusa de suas idealizações.
Estalos de açoite, o espartilho entreabrindo-se por minhas falanges,
E em meu mais altivo gemido, findarei meu ousado desígnio:
Conquistar-te."