sábado, 14 de junho de 2008

Por Gabriela Hatum de Mendonça.


Ludíbrio desfrutável


"Devasso pecado íntimo que a mim

Condena meus devaneios surrealistas.

Sou a afronta inquietante do moralismo,

A feição humana aprisionada, obscuramente sádica.


Insanidade astuta, anseio instintivo.

Serei a amante fatídica, a libertina

A qual levará a ti a condenação, a clemência.

E desvirtuada trarei seu deleite.


Lolismo, Voyerismo, Sodomia.

Parafilia em falicismo.

Farei a minha iniqüidade flamejar em ti, equilibrado humano.


Em entediados momentos particulares

Procurará em rebento faminto a ninfa oculta,

O anjo místico amaldiçoado pela inclinação imprópria,

A sublime cópula coibida.


Realidade fidedigna, dissimulada repressão.

E sua veleidade, deslumbramentos em volúpia são acorrentados

Criando em ti a patologia da lascívia torpe, fazendo-o fraquejar

Diante de meus indignos apetites impudicos.


Bondage, Corefilia, Frotteurismo.

Sadismo e Masoquismo.

Sofrimento ao êxtase, imponho a ti, sensato humano.


Amordaçado, fricções extasiastes

Serão cometidas por minhas oscilações corpóreas

Em uma dança exótica entre meus flancos e ventre, e

Levá-lo-ei ao esplendor de todo júbilo.


Serei, assim, sua apologia ao crime,

A mascarada corrupta, a cruel intrusa de suas idealizações.

Estalos de açoite, o espartilho entreabrindo-se por minhas falanges,

E em meu mais altivo gemido, findarei meu ousado desígnio:

Conquistar-te."