domingo, 19 de dezembro de 2010

Multum...

Hieronymus Bosch


Como definir esse aferro a essas idéias fixas que transbordaram em meus dias passados?
Confessar talvez o desejo incabível de uma vida tranquila e feliz? Não querer ser importante para muitos, como muitos pensam, mas apenas para um ser? Ser definido apenas como um ser errante que procura um lugar dentro de si, e não como um ser social - psico - maníaco cheio de pequenos transtornos?
Ser indefinido talvez, como num sonho cheio de personagens fantásticas que buscam de maneira persistente apenas um cortejo para acreditar. Essa minha vontade em deixar-me viver com um sorriso no rosto, tem me feito questionar se sou de fato digno de coisas boas, se sou digno de conhecer, mesmo que de longe, essa figurativa imagem, essa insigne figura apetecível que mesmo longe tem me feito tão bem.
Afinal, que venha a felicidade. Quero que me tome nos braços e me faça embriagado em gargalhadas. Quero que todas as lembranças me façam um ser diferente, me façam um ser imperfeito, mas um ser, que de fato é. Quero deixar de lado todas as figuras que me ensinaram a sentir ódio, que me incentivaram a descrença, que disseram como e o que pensar.
Quero muitas coisas, mas dentre elas, a que mais quero é a permanência do querer.
E definir a minha insistência, depois de tantos questionamentos, me parece a mais sóbria loucura.