terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Urro poéticas.





Sinto que a luz vem rasgando todas as sombras,

num compasso belo de cubos de gelo já derretidos em degraus passados, 
peço calma para o corpo que não cansa, e sonhos para os pesadelos de outrora.
Renascer das cinzas já não acredito mais, efêmero, pois mesmo que do limbo,

da lama, renascer já é um ganho. 
E pouco a pouco me deixei lavar por línguas angelicais que me serviram tanto, 
para abafar o som agudo dos urros malditos que me molhavam o pranto.

Continuar morto seria o ideal, latindo o som da melancolia.
Mas meus grunhidos que me traem constantemente, estão partindo pra uma nova sinfonia. 
E creio que todos os banhos me arrancaram o cheiro,
e me fizeram adormecer para um novo sonho,
apenas pelo desejo profano de encarar o demônio,
e de não deixar que ele descubra que sei estar em um pesadelo.

Então eu acordo sorrindo para viver um novo, real.