sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Mistérios...

Como pode uma peça indicada a dois prêmios importantes do teatro brasileiro, não sair nem no guia da folha.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Phedra D. Córdoba estréia seu show STRANGER - ESTRANHO?



Lembro-me da primeira vez que entrei no Satyros, estava aguardando para assistir um espetáculo, quando de repente entra uma mulher alta de cabelos avermelhados vestida como uma verdadeira estrela de cinema. Chamava muita a atenção, preenchia o espaço todo, com brilho e uma risada de tirar o fôlego. Phedra D`Córdoba me disseram, ela entrou pela porta da frente do teatro, e alguns momentos depois de ter começado tal espetáculo, eis que surge mais uma vez para abrilhantar ainda mais o colorido espetáculo da CIA., com suas mágicas castanholas. Após o espetáculo, estava eu, o Fabiano Machado e alguns amigos sentados em uma mesa do lado de fora, quando ela arrasta uma cadeira e se senta junto a nossa mesa com suas histórias dignas de roteiros “Almodovarianos”, isso foi madrugada adentro, de sua saída de Cuba até o prédio em que morava pegar fogo. Incrível o brilho que aquela mulher tinha, como ocupava o espaço todo. Uma verdadeira artista, no mais sublime significado da palavra. Pelas suas histórias podia-se notar seu sofrimento, suas viagens, sua coragem, para poder cantar, dançar e atuar pelo mundo, tantos sorrisos e lágrimas deve ter arrancado das platéias em suas aparições pelos palcos. Hoje voltei ao mesmo espaço do qual a vi pela primeira vez, e lá estava ela, com seus olhos brilhantes, cheios de histórias, tomando conta de todo espaço, preenchendo cada centímetro do palco, da platéia, com suas mágicas castanholas, com seu enérgico brilho, dançando, cantando, contando, atuando, sorrindo e chorando. Pena ter chovido tanto, pouca gente na platéia, mas seu fôlego era de quem se apresentava para milhares pessoas. Afinal, uma estrela brilha sempre, mesmo que poucos estejam voltados pra ela.


Os 20 anos da Cia. de Teatro Os Satyros apresentam Stranger – Estranho?, espetáculo musical com a atriz transexual cubana Phedra D. Córdoba. O show estréia hoje, e fica em cartaz todas as segundas-feiras, 21h, no Espaço dos Satyros UM. O repertório varia entre releituras de clássicos latinos, como Mercedes Sosa e La Lupe, até versões de “Metamorfose Ambulante”, de Raul Seixas, e “I Still Haven’t Found What I’m Looking For”, de U2.


Sobre a diva do SatyrosPhedra D. Córdoba – sobrinha do ícone do teatro cubano Sergio Acebal -, começou sua carreira como ator e bailarino há 56 anos, trabalhando inicialmente em óperas e balés de Havana, utilizando o nome artístico de Felipe de Córdoba.Antes da revolução de 1954, Phedra abandona Cuba e viaja por 16 países, trabalhando em diversas companhias de dança na América Latina, com nomes como Walter Pinto, que convidou Phedra para se apresentar em 1958 no Rio de Janeiro. Após se fixar no Brasil, Phedra D. Córdoba inicia em 1968 seu processo de transexualidade. Ao mesmo tempo, a atriz desponta como ícone da incipiente cultura gay. A atriz passa a se apresentar em casas noturnas históricas, como Medieval, Homo Sapiens, Nostro Mondo, realizando seus shows também em saunas como Thermas Lagoa, Fragatta e Alterosas.


No teatro, Phedra iniciou sua carreira com o grupo paulista Pombas Urbanas, integrando o elenco de “Buraco Quente”, de Lino Rojas. Já em 2003, a atriz inclui o elenco da Cia. de Teatro Os Satyros. Sua primeira participação com a companhia foi na peça “A Filosofia na Alcova”, de marquês de Sade, no Festival de Teatro de Curitiba. Em seguida, integrou o elenco de “Retábulo da Avareza Luxúria e Morte”, “Kaspar ou a Triste História do Pequeno Rei do Infinito Arrancado de Sua Casca de Noz” e segue desde então nas montagens da Companhia.


Sobre o espetáculo


A idéia do espetáculo musical começou na viagem dos Satyros para Cuba, no ano passado, para apresentar a peça LIZ. Depois de sair de Cuba, foi a primeira vez que Phedra retorna ao seu país de origem.No momento, Ivam Cabral e Rodolfo García Vázquez, fundadores da Cia. de Teatro Os Satyros, convidam a atriz para celebrar os 20 anos da Cia. A partir daí, Phedra começa a escolher o repertório, dando prioridade à música cubana. “Rodolfo já conhece meu lado atriz, agora vai conhecer meu lado vedete”, revela Phedra D. Córdoba, com seu sotaque típico. No ano passado, Phedra realizou um pocket show no Espaço Parlapatões após a projeção do filme “Os Sapatos de Aristeu”, de Luiz René Guerra, que tem como protagonista a atriz cubana. A apresentação foi uma prévia do que viria a ser apresentado em seu show, “Stranger – Estranho?”. Repleto de figurinos de seu acervo pessoal, Phedra revisita sua época de vedete do Teatro de Revista.Acompanhando a diva do Satyros, estão os músicos Frederico Godoy, Bruno Balan, Franco Lorenzon, respectivamente no teclado, percussão e baixo acústico. E entre uma música e outra, são projetados vídeos realizados pelo cineasta Evaldo Mocarzel durante a viajem dos Satyros a Cuba.

Todas às Segundas no Espaço dos Satyros I, às 21:00hs.


Fonte: Site do Satyros