quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Como criar coragem em meio ao vale dos amedrontados.

Erwin Olaf


Os meus filhos não jogam futebol. Os meus sonhos não são de papel marche. Contento-me com pequenas promessas...Ando sobre as águas sujas das pequenas poças. Canto uma canção de amor com a voz rouca e falha. Espero alguém que talvez não chegue. Como acabar com um problema que não sabe qual é? O sangue fresco de seus olhos ainda escorre aqui dentro. Deixa o sol entrar. Você está tão pálido... Sua máscara anti tudo já está gasta. Preciso mudar de direção. Esquartejados, carbonizados, enforcados e atropelados. Sonhos interrompidos. Como uma prostituta apedrejada. Preciso bombear meu coração...Preciso sentir o calor novamente. Preciso tremer, ou melhor, temer o frio que me envolve. Sinto falta do amor que um dia eu senti...Sinto falta de mim. Sinto que preciso de um novo all`star... (risos seguidos de gritos e pequenas contrações desesperadas) Eu espero não esperar ser surpreendido. Por favor! Me surpreenda. Me diga coisas que eu não sei. Cante algum salmo pra mim. Me ensina a ser mais eu. Sorria sem ver meu corpo. Me peça pra te beijar a nuca e depois, e depois te abandonar... Me peça para acariciar seus ombros... Me ame, por caridade! (Risos monossilábicos seguidos de pequenos passos com os braços levantados, uma lágrima cai ao mesmo tempo que um leve sorriso se forma, ele salta e voa pra longe).

Um comentário:

Anônimo disse...

Um texto de ótima qualidade...tenho momentos em que o mesmo parece escrito pra mim.É de sua autoria?se for parabéns!!
beijos e até mais